Como fazer manutenção na sua bike
Como fazer manutenção na sua bike

Cuidar da sua magrela em casa é mais simples do que você pensa.

Sua bike merece ser bem cuidada. Isso inclui levá-la regularmente a um mecânico de confiança para uma revisão – quando você poderá checar se, por exemplo, é preciso trocar cabos ou outras peças. Mas no dia a dia, é importante fazer a manutenção básica em casa.

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Para isso, pedimos uma mãozinha a Bruno Uehara, expert no assunto. Nascido na Argentina e criado pedalando na região metropolitana de São Paulo, esse arquiteto e designer redirecionou a carreira para sua grande paixão: a bicicleta.

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Hoje, Bruno atende em sua própria casa, e como forma de compartilhar o que aprendeu lançou gratuitamente o manual Anatomia da Bicicleta, um miniguia para quem quer começar a entender dos componentes que formam uma bike.

A seguir, ele dá dicas valiosas para você mesmo deixar sua bike sempre tinindo.

O que todo ciclista não pode deixar de fazer em casa? 

Falo muito em manutenção preventiva. A lavagem e a regulagem básica, além de estenderem muito a vida útil dos componentes da bike, ajudam o mecânico a identificar melhor os problemas mais sérios e a ser mais eficiente no reparo.

Sujeira atrapalha, esconde trincas e componentes desgastados. Além disso, bicicleta limpa e com boa regulagem não deve fazer barulho, não tem “crec-crec” estranho. 

Quais são as rotinas de manutenção preventiva?

Limpeza da bicicleta e regulagem. Um câmbio desregulado faz a corrente gerar atrito nas roldanas do câmbio, o que aumenta o desgaste.

Então, nessa ordem, você deve limpar, regular e lubrificar. Também é importante trocar a graxa com uma certa periodicidade: abrir o cubo, fazer uma limpeza.

Com a trepidação, as peças vão ganhando uma folga, e entra sujeira. Essa folga também acelera o desgaste. Fazer uma inspeção geral de tempos em tempos é essencial. Quanto mais você usa a bike, mais frequente deve ser essa inspeção. Principalmente quando a bike fica desprotegida.

Se não fizer, a bike vai continuar rodando com tudo meio frouxo e barulhento e, quando você levá-la ao mecânico, é bem possível que ele diga que precisa trocar um monte de coisa, porque as peças acabaram se desgastando demais.

O papel da manutenção preventiva é prolongar a vida útil das peças e garantir um funcionamento perfeito.

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Dá para pensar em rotinas semanais, mensais e semestrais?

Toda vez que for sair, dê uma inspecionada visual básica nos pneus e tente perceber se as peças parecem em ordem e sem excesso de sujeira. Pneus que perdem pressão de um dia para o outro podem ter microfuros.

Se você usa bastante a bike, pode fazer semanalmente uma limpeza na corrente, pinhões e coroas com um paninho, para tirar o excesso de sujeira, e lubrificar com um pouco de óleo de corrente.

Uma das situações mais críticas é a época de chuvas

Ferramentas de bike
Ferramentas de bike

Se tomou muita chuva, faça uma limpeza caseira assim que puder, porque água suja contamina os componentes, agindo como um abrasivo. Por isso, ao retornar de um pedal chuvoso, deixe a preguiça de lado e cuide de sua bike.

Que ferramentas a pessoa deve ter para fazer a manutenção preventiva?

Um bom canivete multiferramenta é suficiente.

Escolha um que tenha chave allen, chave phillips e chave de corrente. Além disso, você vai precisar de um desengraxante concentrado, que serve para fazer a limpeza da bike e tirar a graxa da corrente. É essencial ter uma bomba para calibrar o pneu, de preferência de chão, porque funciona melhor e cansa menos que aquelas menores portáteis.

E também espátulas para troca de pneu, assim como um kit de com cola, lixa e remendos de câmara. De modo geral, é o mesmo kit que você usaria para resolver emergências na rua.

Se a pessoa quiser ir além, pode comprar uma chave de pedal e um alicate de corte para trocar os cabos sozinha.

Mas essa é uma evolução gradual, depois que já se desenvolveu certa familiaridade com a manutenção básica, até porque as ferramentas não são baratas, e só quem pegou gosto vai aproveitar o investimento. 

O manual que você desenvolveu explica em detalhes o “corpo” da bicicleta.

Por que é importante saber sobre a anatomia da bike?

Quando trabalhei em loja, as pessoas perguntavam: “Por que essa bicicleta custa R$1.000 e essa outra R$6.000?”.

Eu começava a explicar que os componentes das mais caras eram superiores, e às vezes ouvia como réplica: “Mas o que é câmbio? Para que serve?”.

Percebi que as pessoas tinham a referência da bike “de brinquedo” da infância. Chegavam com a ideia de que R$ 600 seria suficiente para comprar uma boa bicicleta. E não tinham a menor ideia do que é um canote, um raio, uma fita de aro. 

Além disso, falavam “a bicicleta está estranha” quando as deixavam na oficina, sem conseguir explicar qual o problema. Por isso meu manual explica direitinho, com ilustrações, cada peça e para que serve.

É legal fazer algum tipo de calendário de manutenção?

O principal componente de desgaste é corrente. Você pode checar periodicamente o desgaste, em função do tipo de uso. Se você roda muito, pode fazer uma checagem todo mês do desgaste da corrente com uma ferramenta específica para isso.

Em bikes de performance, você pode trocá-la quando está com desgaste de 50%. Já nas urbanas, pode trocar quando chega aos 75%.

Grosso modo, a cada três trocas de corrente, é recomendada uma troca de cassete; e a cada três trocas de cassete, a troca das coroas. Claro que isso é uma média, uma estimativa. O próprio estilo de pedalada de cada um influencia no desgaste.

Um atleta de elite, por exemplo, faz muito mais força na pedalada, e desgasta muito mais rápido as peças, do que um ciclista urbano que pedala tranquilo. Varia muito em função do perfil do ciclista – e se ele mantém a bike limpa.

E outras partes da bicicleta, como freios, como fazer a manutenção preventiva?

A bike dá sinais: quando precisa apertar demais para frear, quando a pastilha ou sapata está visualmente gasta ou quando o cabo está com folga.

Outro sinal é falta de potência de frenagem: você aperta o manete até embaixo, porém o freio não funciona. É bom ficar atento se o freio ou mesmo o aro está contaminado com óleo ou sabão. Se for freio a disco hidráulico, pode estar com óleo velho, aí tem que fazer sangria. 

Nesse caso, melhor levar a uma bicicletaria porque é uma manutenção mais avançada. Barulhos são outro indicativo: se faz um guincho, parecendo uma hiena, significa que o freio está contaminado ou desgastado. Sabe aquele barulho de metal com metal?

De preferência, é melhor não esperar chegar a esse ponto. A lavagem é um ótimo momento para observar esses detalhes, fazer uma inspeção visual dos freios para checar se as pastilhas ou sapatas estão desgastadas ou tortas. Também é importante conhecer os tipos de freio.

Por ser uma manutenção simples, é totalmente possível fazer em casa com um pouco de prática e atenção.

Se a pessoa estiver insegura, leve a uma bicicletária, porque freio mal regulado pode ser até perigoso. De qualquer forma, o mais importante é saber pelo menos identificar problemas e então levar ao mecânico.

Como escolher uma boa oficina para manutenção mais avançada?

Antes de mais nada, eu conversaria com o mecânico. Por isso é importante conhecer a bicicleta, para vocês “falarem a mesma língua”.

É ali que o mecânico vai conseguir passar confiança ao cliente.

Depois eu olharia a organização e a limpeza da oficina, ver se está cheio de componentes no chão, se o mecânico trabalha todo sujo, se a bicicleta está deixada em qualquer canto sem muito zelo.

A qualidade das ferramentas também importa bastante. Ferramenta ruim pode escapar da mão do mecânico, espanar um parafuso.

A coisa mais importante que aprendi na Escola Park Tool é o uso correto da ferramenta, como posicionamento do corpo e da mão, uso da força, além de aprender a ler o manual das marcas de bikes e componentes.

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